domingo, 16 de março de 2014

Cla Cla



A Cla é meiga, doce, linda e sensível.
Sua arte tem exatamente as mesmas características.
Desde criança tem este fascínio por desenho, por transformar objetos simples em arte. Se estiver em um café, conversando, o guardanapo pode ganhar um poema rodeado de desenhos lindos; ou em um aniversário de criança, com copos de plástico, esses copos com certeza mudarão de cara e, se eu estiver ao lado, vou querer trazer pra casa.
A Cla tem fascínio. Desde pequena.
Quando o olho brilha, pode ter certeza que encontrou algo que trouxe inspiração e daí é tudo muito rápido. A arte está nela. Nos poros, na essência, na alma.
No início não era fácil lidar com tanta sensibilidade e a fragilidade veio se abancar.  Mas, nada que uma boa terapia não tenha resolvido. Hoje entende seu trabalho e, mais, entende a sua própria relação com o mundo externo e esta alma artística.
Ela tem uma amiga que escreveu um livro sobre os avós, poemas lindos!  A Cla transformou o livro em exposição, “A Casa Dos Guardanapos De Pano”. Eu chorei do início ao fim. Quem teve avós, como eu, muito especiais, com certeza se emocionou da mesma forma.
Fez parte de toda aquela transformação artística da escadaria do Centro Histórico.
A Cla  tem um olhar  tão delicado e atento que impressiona. É quase como se tivesse mantido o olhar da infância. E isto a torna ainda mais especial!
Ela pinta xícaras, copos, guardanapos e faz disso uma produção em larga escala.
Tem os quadros. Uma vez estava muito apaixonada por um cara que não entendia muito minha paixão, contei pra Cla sobre o que sentia e ela fez uma série de quadrinhos representando os meus sentimentos.  Utilizou os “humanoides” e ícones do que eu sentia. Ficaram lindos.  Quando ela terminou de embrulhar, todos em jornais antigos e barbante, ganhei  um que me representava. Chorei, claro, e mandei entregar o presente.  
Ela pinta as paredes de nossas casas. Nada como ter o artista, dentro da tua casa, representando um pedacinho de ti.
E foi o que ela fez na minha. Uma rosa vermelha, linda de morrer, em uma das paredes e na outra  um dos vários poemas, da Hilda Hilst, que eu adoro!
Obrigada, Cla, por trazer leveza e beleza para o meu espaço. 


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